O Papel da Vitimização
É um caminho fácil, demasiado fácil, demasiado confortável para encarar algo que não corre bem. Normalmente culpamos factores externos para atribuir um significado a um fracasso, a vitimização.
Ou é o chefe que nos faz a vida negra, ou porque ganhamos pouco e não conseguimos concretizar os nossos sonhos, materiais ou imateriais, ou porque os nossos amigos e família não nos apoiam, ou porque não estão reunidas as condições para tomarmos uma atitude, ou porque adoecemos, enfim, tudo se vira contra nós para nos prejudicar. Errado, totalmente errado!
Essa é a forma como nós queremos ver as coisas, não como elas muitas vezes são. Faz bem ao nosso orgulho arranjar “bodes expiatórios” enquanto assumimos este papel. Tu não és essa pessoa, tu não tens que desempenhar essa performance perante a tua pessoa, ela é enganadora, é limitadora, esse papel não é teu.
A vida dá-nos aquilo que fazemos por nós, todos os dias, em cada situação com que nos deparamos e aí assumimos, ou somos vítimas ou patrões das nossas vidas. O ego não nos permite agir com clareza, atua dentro de nós como um bloqueio, como um elemento bloqueador e é esse ego que nos conduz ao processo de vitimização.
A vitimização leva-nos a uma estagnação, quer no plano emocional, quer no plano de desenvolvimento pessoal. Assumirmos a responsabilidade pelas situações com as quais nos deparamos leva-nos a adoptar um espírito critico e a partir desse momento, a uma evolução, ao auto conhecimento e à atitude.
Adoptar uma atitude critica perante nós próprios, perante aquilo que não fazemos é o início do processo de liderança, de nós, da nossa vida. Não podemos culpar os outros pela nossa inércia, ela consome-nos aos poucos e toma conta de nós. É tão confortável ser vitima.