Autoconhecimento
Só podemos mudar aquilo que conhecemos. Para transformar comportamentos e padrões, necessitamos de Autoconhecimento.
Um dos grandes erros que cometemos é mudar sem conhecimento, alterar sem antes perguntar “como” e de que forma o vamos fazer, para que essa mudança não seja simplesmente circunstancial, mas sim, estrutural.
Falo do autoconhecimento, o meio através do qual analisamos os nossos padrões de pensamento e a acção. O que nos move, de que forma nos move e qual a verdadeira intenção.
Agimos de duas formas, por aproximação ou por afastamento, aproximação do prazer ou por afastamento da dor.
O autoconhecimento permite melhorar os nossos pensamentos e comportamentos face àquilo que desejamos.
Quanto melhor conhecermos as nossas emoções, capacidades e fragilidades, aumentamos a probabilidade de identificar certos padrões que nos bloqueiam e limitam.
A tríade emoção, pensamento, acção é a base do autoconhecimento, o que sentes, o que pensas e o que fazes. Quando nos conhecemos, passamos a acreditar que somos os únicos responsáveis pelos nossos comportamentos e pela concretização dos nossos objetivos.
Num processo de transformação pessoal, o autoconhecimento é o pilar que sustenta toda e qualquer mudança, ganhando uma principal riqueza quando utilizamos uma ferramenta como o Eneagrama.
Quantas vezes já adotaste uma estratégia de mudança que não resultou?
O autoconhecimento permite-te perceber quais os pontos de stress que te podem limitar e fazer abandonar, muitas vezes inconscientemente, um processo de mudança ou outro objetivo.
Existem três centros de inteligência, a emocional, mental e instintiva. Todos nós temos uma delas mais predominante, que usamos como filtro para interpretar a realidade e assim sentirmo-nos mais seguros.
Os perfis emocionais têm as emoções como energia base e a necessidade de aprovação exterior, de modo a afastar a tristeza, uma emoção muito presente nestes perfis de personalidade.
Os perfis mentais têm o medo como energia base e a necessidade de prever e antecipar os cenários, para assim afastar a ansiedade e evitar riscos desnecessários. Neste tipo de perfis, existem duas formas de lidar com o medo, o fóbico, que paralisa e o contra fóbico, que rejeita o medo e inconscientemente tem a falsa sensação que ele não está presente.
Os perfis instintivos têm a “raiva” como emoção base. Aqui, a raiva, não tem a conotação pejorativa que comummente atribuímos, mas sim, como uma energia de acção, de realizar, ignorando muitas vezes o planeamento.
Quando atinges o teu autoconhecimento, focas-te mais na intenção/motivação subjacente ao comportamento, do que ao comportamento em si.
Só consegues mudar o teu mundo exterior quando essa mudança começa dentro de ti, quando parte de ti, para ti. Dá lugar a uma reflexão interna, construtiva, imparcial. Saberes o que te faz pensar da forma que pensas e agir da forma que ages.
Este é o primeiro passo no desenvolvimento pessoal, teres consciência de ti.
Poderás fazê-lo de diversas formas, desde identificação dos valores que validam os teus comportamentos, quais os comportamentos que estás a ter que não estão em sintonia com os teus valores, quais as crenças que te limitam e qual a verdadeira intenção dessa vantagem de acreditares em alguma coisa que te bloqueia.
Quando tiveres consciência daquilo que és e o que queres para ti, começas a ter em conta as tuas emoções, os teus pontos fortes e fracos, só aí é que assumes o comando da tua vida.
Não cometas o erro de confundires a tua pessoa com os teus comportamentos. Se és uma pessoa que tem tendência para fugir de quase tudo, talvez, o teu desafio esteja na mudança do padrão de comportamento, isso, pode ser transformado. Se não gostas desse padrão, não há razão para não o mudares.
Tu não és os teus comportamentos, és levada a agir pela motivação que leva ao comportamento.
Das diversas formas de alterar padrões de comportamento, a chave está na maneira como processas a informação.
Nesta fase da tua vida, faz esta reflexão:
O que é que já não queres para a tua vida e ainda se mantém?
O que é que te está a impedir de mudar?
Como é que querias que a tua vida fosse?
É o resultado desta reflexão que pode começar a alterar os teus padrões.