Fullmind Coaching

Dor e Prazer na Decisão

Certamente já tentaste mudar um comportamento. Passado algum tempo, tiveste consciência que não o conseguiste alterar de forma continuada, ou mesmo de todo. Sentiste raiva, frustração, desilusão, porque no fundo, sabias que tinhas de agir, mas não o conseguiste fazer.

Uma decisão baseada em verdadeiro empenho é a força que muda a tua vida. O que é que te levou a não te empenhares o suficiente nessa mudança?
O medo da perda é muito maior do que o desejo do ganho!

Acredito que já tenhas tido a experiência de adiar algo durante tanto tempo que, subitamente, te sentiste pressionada a fazer. Neste caso associamos mais dor a não agir do que a adiar.
Hoje em dia falamos muito de procrastinação, uma palavra muito associada à preguiça. É muito mais do que isso. A procrastinação surge do facto de acreditamos que agir num determinado momento se torna mais doloroso do que simplesmente adiar.
Compreender e utilizar as forças da dor e do prazer, permite-nos criar mudanças e as melhorias duradoiras que desejamos.

Mesmo sentido algum tipo de dor emocional por não mudar, só por si, acaba por não ser a alavanca suficiente para a mudança. Todos temos uma escala, ainda que inconsciente, para os níveis de dor que sentimos.

Limiar da dor

Faço a distinção entre tipos de dor emocional: temos a dor suportável, a dor incomodativa e a dor intolerável, a que chamo, limiar de dor!

Quando sentimos dor suficiente, o limiar da dor emocional, aí tudo muda.
«Estou farto – não quero mais – isto tem de mudar já»
Este é o momento mágico em que a dor se torna nossa amiga. Ela leva-nos a tomar medidas e a produzir novos resultados.

O que impulsiona a nossa maneira de nos comportarmos é a instintiva que associamos à dor e ao prazer, não é propriamente uma questão lógica, intelectual ou racional.
A nossa mente trabalha entre dois padrões, afastamento de… ou a aproximação a… Escrevi um artigo mais detalhado relativamente a esse tema (O que nos leva a agir como agimos) que podes ver aqui.

O que é que mais te motiva? Protegeres o que tens ou o potencial de teres muito mais do que aquilo que tens agora?

Se associarmos uma dor intensa a um padrão emocional ou a um comportamento, iremos agir e fazer de tudo para não nos entregarmos a essa dor a todo o custo.

Quando fazemos essa associação, redirecionamos essas fontes de dor e prazer e assim termos a capacidade de mudar qualquer coisa nas nossas vidas.
Quando não somos capazes de redirecionar as nossas associações com a dor e o prazer, vivemos na automatização, reagindo apenas ao nosso próprio ambiente.
Se as nossas decisões são condicionadas pelas associações que fazemos, então, essas associações são muitas vezes condicionadas pela forma como encaramos acontecimento passados e que nos levam a projetar memórias futuras.

Esses acontecimentos são meras interpretações que fazemos, às quais associamos dor ou prazer, levando a crenças limitadoras quando percepcionamos dor, ou potenciadoras quando percepcionamos prazer. O grande desafio é questionar essas crenças evitando assim criar falsas associações em relação ao que vai criar dor ou prazer nas nossas vidas.
Quando fazemos essas falsas associações, não acreditamos no que ouvimos, pelo contrário, temos a certeza de que as nossas perceções são exatas e assim, deixamos de as questionar.

Não são os acontecimentos que mais nos importa, mas sim a forma como interpretamos esses acontecimentos. Essa interpretação irá determinará o que pensamos sobre nós mesmos e a forma como vamos agir no futuro.
Não somos impulsionados pela realidade, mas sim pela nossa percepção da realidade.

A maioria das pessoas concentra-se em evitar a dor e alcançar o prazer a curto prazo, criando assim dor a longo prazo a si mesmas.

O que é que leva a maioria das pessoas a não mudar de vida, quando a que têm já se tornou extremamente insatisfatória?
Porque sabem que a mudança levará ao desconhecido e, a maioria das pessoas acredita que o desconhecido será muito mais doloroso do que tudo o que já experimentámos.

Basta associar prazer ao novo comportamento que deseja. Através da repetição e da intensidade emocional, podemos condicionar esses comportamentos no seu intimo, até se tornarem automáticos.

O primeiro passo é simplesmente tomarmos consciência do poder que a dor e o prazer exercem sobre cada decisão e, portanto, sobre cada ação que tomamos.
A maioria de nós baseia as decisões no que lhe vai trazer dor ou prazer a curto prazo, sem fazer projecção a longo prazo.

Certamente há coisas que nunca farias. Pensa nas sensações que associas a isso. Se associares as mesmas emoções e sensações aos comportamentos que desejas evitar, também nunca mais os repetirás. Isso chama-se de condicionamento!

Se não tiveres um plano para a tua vida, alguém terá!

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