Conflito Interno
Já te aconteceu, por força de alterações que possam existir ao longo do dia, dúvidas do que deves vestir, se levas ou não chapéu-de-chuva, se escolhes o caminho A ou B para chegar ao teu destino?
Sabes o que é isso? É o teu discurso interno! Aquilo que de uma forma prática designamos como “o tico e o teco”, “o anjo ou o diabo”, ou seja, os extremos.
Que todas as escolhas na nossa vida fossem tão complexas como estas!
Este discurso interno acontece, pois duas situações, aparentemente opostas, têm validade para nós. Quando são situações chave na nossa vida, esse discurso surge quase ininterruptamente, algumas vezes levando a situações limitadoras, que num extremo atingem um nível paralisante.
Vivemos com ele a vida toda, construímos? Desconstruímos? Aceitamos? Negamos? Avançamos? Recuamos? Este é o nosso discurso interno, que surge sempre com duas ou mais hipóteses para uma possível situação.
Dependendo da intensidade desse discurso, com vários intervenientes, podemos facilmente chegar a um conflito interno.
Este discurso, por vezes, torna-se tão intenso que somos paralisados com o medo de agir. Aceitamos como estamos, resignamo-nos, optamos pelo mais confortável. Isso não é uma fraqueza, é o nosso inconsciente a impedir-nos de tomar uma acção ou atitude, porque determinada situação não é ecológica para o nosso ecossistema, entendendo como ecossistema as nossas crenças, valores, equilíbrio, etc.
Estes conflitos fizeram parte da minha vida, durante muito tempo, mais tempo e com mais impacto do que eu desejava. Comecei então a olhar para dentro. Qual seria o meu objectivo para uma determinada situação que me estava a levar a um conflito interno?
Sabes formular objectivos? Eu não sabia!
Vou-te deixar cinco dicas para formulares um objectivo:
Positivamente: Devemos sempre mencionar o objectivo de uma forma direta e positiva, evitando a negatividade e evitando também mencionar aquilo que queremos evitar.
Ex: Eu vou conseguir libertar-me do medo de tomar aquela decisão!
Avaliação: Tentar estabelecer evidências sensoriais para validarmos se nos estamos a encaminhar para o objectivo. O que sentirei quando atingir o meu objectivo? Quais as evidências de que consegui atingir o meu objectivo?
Ex: Sentirei uma enorme liberdade, grandeza de espirito e vou sentir finalmente a minha liberdade, sem aquela sensação de frustração e melancolia constantes.
Contexto: Onde vou atingir o meu objectivo, quando (tempo) e com quem.
Ex: Irei atingir o meu objectivo no espaço de seis meses, no local onde me encontro.
Controlo: Verificar se os resultados dependem apenas de nós e estão sob o nosso controlo.
Ex: Para tomar esta decisão dependo apenas da minha força interior, com a minha verdade, não estando dependente de ninguém.
Ecologia: Quando alcançado o objectivo, é apropriado ao nosso ecossistema pessoal, à nossa integridade e congruência. Como é que afectará os nossos interesses (família, amigos, profissão).
Ex: Serei uma pessoa mais determinada no meu campo pessoal, o que afectará a minha parte profissional e todos aqueles que estão á minha volta, que fazem parte do meu ecossistema, serão afectados positivamente, bastando para isso focar-me na solução.
Estes conflitos internos surgem sempre da nossa mente consciente, mas, é no nosso inconsciente que vamos buscar as respostas, é ai que surgem os desbloqueios.