A Redescoberta
Todas as mudanças interiores têm duas formas de serem feitas, uma mudança consciente ou inconsciente, em que o automatismo atua sem que daí resulte grande aprendizagem.
Achava que era o mais forte quando no fundo a fraqueza era o meu apelido, ataquei quando me senti ameaçado por quem só me queria proteger, injuriei quem só me queria elogiar, afastei quem queria estar perto, conjuguei o verbo amar na primeira pessoa em todos os tempos verbais esquecendo-me do presente indicativo.
Sonhei sozinho sem perceber que os meus sonhos eram incompletos, sofri para voltar a ser feliz, bati no fundo para subir mais forte, morri para renascer.
Renasci sem me reconhecer, olhando-me no espelho e perguntando: Onde estiveste estes anos todos?
Já não vejo aquele que se foi, mas nunca me esquecerei dele, nem viverei na sua sombra, pois a verdadeira evolução está em sermos superiores ao que já fomos.
A redescoberta acontece assim, com uma harmonia plena, com um leveza nobre e uma inquietude calma. Sou o que sou e não aquilo que penso ser, já que a nossa imagem é refletida de acordo com o tipo de espelho que temos à nossa frente e esse, nem sempre é real, por isso, a imagem pode ser distorcida por aquilo que queremos ver.
O problema não é querer, é não vermos quando temos e o valor que tem.
É tão fácil desvalorizar o que temos e dar valor ao que não temos ou já não nos pertence, é a ausência de nós próprios, da nossa essência, da nossa verdade.
Renascemos um pouco todos os dias quando dizemos aquilo que sentimos, a quem merece ouvir, a quem quer evoluir e crescer ao nosso lado.
Valoriza o que tens, ri com os olhos, com as tuas verdades e não deixes nada por dizer, mesmo que a tua verdade não seja aceite, mas, é a tua verdade, é o teu coração a falar e esse jamais poderá ser silenciado.