A Distorção
Dizem que a vida é madastra, que é o destino, que é carma. Pois bem, não é.
A vida pode ser a nossa mãe, aquela que nos acarinha. O destino é fruto das nossas atitudes, daquilo que fazemos por nós. O carma é uma explicação para algo transcendental que não conseguimos entender de uma forma lógica.
Por vezes fica tudo do avesso, sem percebermos se estamos direitos ou de pernas para o ar. Confundimos o céu com o chão, a lateral com o frontal, sem saber sequer porquê, quanto mais para onde estamos virados.
Tentamos imediatamente voltar ao rumo certo sem antes tentar perceber o porquê, o que aconteceu, como chegámos até ali.
Queremos resultados imediatos, sem tentar olhar para dentro, como uma reflexão, pois tudo tem um fundamento, nada acontece por acaso.
É importante perceber que, uma coisa é o acontecimento em si, e outra, completamente diferente, são os pensamentos que daí resultam, muitas vezes de uma forma negativa, onde nos focamos unicamente no problema e não na solução.
A vida não é madastra, nós é que muitas vezes não encontramos um fio condutor para um determinado acontecimento e auto flagelamo-nos, numa altura em que o coração e a razão estão de costas voltadas, onde sofremos com o coração e apelamos à razão sem qualquer resposta.
É tudo uma questão de tempo e de atitude. Tempo para perceber o porquê, tempo para as emoções estabilizarem, tempo para encontrar um rumo e, acreditem, esse tempo vai chegar.
Atitude para olhar o problema de frente, atitude para deixar entrar os pensamentos e dissocia-los da situação em si.
Atitude para perceber que o que está a acontecer não é bom nem mau, mas sim uma bênção ou uma lição.