A Direcção do Foco
Vivi durante muito tempo como um produto da soma de vários medos. Medos que me levavam a fugir, a rejeitar, a trocar a reflexão pelo imediato. Esta era a direcção do foco!
Cheguei a um ponto que percebi que quanto mais fugia mais me afastava. Ao inicio é confortável, pois temos a previsibilidade, algo que tanto gostamos e que nos mantém na segurança.
Esse afastamento, leva-te indubitavelmente ao afastamento da tua pessoa perante a tua vida.
O teu foco é condicionado pelos filtros que possuis e, podemos chamar filtros às crenças que vamos ganhando ao longo da vida, por experiências passadas. Esses filtros que conduzem o foco são pensamentos condicionados em aspetos da tua experiência pessoal.
A tua energia é direcionada para onde está virado o teu foco. Se te focas no problema, a energia irá fluir para o problema, se estiver na solução, far-te-á construir positivamente.
Fala-se cada vez mais em objetivos, mas, em alguns casos, não temos consciência de todos os processos associados á formulação de objetivos. Quando traçamos objetivos e esses objetivos, ou não se realizam, ou não têm o verdadeiro prazer que idealizamos quando os atingimos, geram-se sentimentos, tais como, desilusão e frustração.
Quando definimos objetivos de uma forma adequada, levamos em conta as crenças e as memórias futuras. O objetivo tem de depender só de ti, tem de ter uma data concreta para a sua realização e só aí, poderás chegar à mensurabilidade, ou seja, as evidências que te permitam perceber se estás a caminhar para o teu objetivo.
Eu sei que por vezes é difícil dar aquele primeiro passo, sair da previsão para o desconhecido, mas, se direcionares o teu foco para ti, para o que verdadeiramente importa nesta fase da tua vida, aí, constróis.
Tenta viver essa concretização que idealizaste, respira como se já a estivesses a viver, anda na rua como se já a tivesses alcançado, sente o estado emocional que terás nesse momento. Faz isto durante dois minutos por dia e estarás a potenciar a tua performance.
Tenho estudado uma ferramenta de autoconhecimento que me tem ajudado a evoluir em todos os campos na minha vida, o Eneagrama.
Cada vez que me deparo com um desafio no meu dia-a-dia, recorro à sua dinâmica para compreender o todo da situação. Não querendo estar a aprofundar muito o Eneagrama, ele, divide as pessoas em três centros de inteligência, inteligência emocional, mental e instintiva.
Cada uma delas tem uma energia base, emocional, as emoções, mental, o medo e instintiva a raiva. Uma foca-se no sentir, outra no pensar e outra em agir.
Se passar esta dinâmica para o nosso dia-a-dia, reparamos que o eneagrama não é mais do que um espelho.
O que sentimos através das emoções vai influenciar a nossa ação por aquilo que pensamos e interpretamos.
É aqui que entra novamente o foco. Se após uma emoção, nos focarmos no seu lado negativo, entramos em sequestro emocional e aí, tudo o que nos resta são os problemas e a dor.
É hora de mudar o foco, de apareceres na tua vida, por ti. Deixares de acreditar que não és capaz, que não foste feita para ser feliz. É hora de inverter esse jogo viciante que te aprisiona.
É importante transformares esses filtros limitantes em filtros fortalecedores, onde deixas de lado o “eu não sou capaz” pelo “eu mereço”.
A vida que os outros querem que tu vivas, não é a tua vida. Tu mereces mais, mereceste a ti, de uma forma comprometida com o que o teu interior te diz, com a tua essência, com a tua verdade, essa verdade, é só tua, tal como as decisões que tomas na vida.
Foca-te nas tuas vontades, nos teus desejos, nos teus sonhos, aqueles que te farão avançar sem receio do desfecho, porque o coração não julga, não receia, não compromete.
Tu mereces, assim como eu mereci.